Agência da ONU afirma que Brasil aparece em 6º na lista de países com o maior número de novos pedidos. País tem 152.690 pedidos de refúgio aguardando resposta
Os pedidos de refúgio mais que dobraram no Brasil em 2018. No ano passado, o país recebeu 80 mil novas solicitações — em 2017, foram 33.800. Os dados são do relatório “Tendências Globais ”, divulgado nesta quarta-feira pela Agência da ONU para os Refugiados (Acnur). O Brasil já é o sexto país em recepção de novos pedidos de asilo, atrás de Estados Unidos, Peru, Alemanha, França e Turquia.
Nas últimas edições da pesquisa, o Brasil mal aparecia na lista. Começou a ter destaque no estudo de 2017, que indicava 10.300 novos pedidos de refúgio no ano anterior. Desta vez, o destaque é puxado pelas crescentes solicitações de venezuelanos. Eles representam mais de três quartos dos pedidos ao Brasil. Das 80 mil novas solicitações, 61.600 vieram de venezuelanos .
Apesar da crescente procura, o país não é o principal destino para os venezuelanos. Em 2018, foi o Peru que recebeu o maior número de solicitações de refúgio da Venezuela: 190.500.
— O número de venezuelanos chegando a outros países também aumentou. Não é uma crise do Brasil. A pressão é geral. Há mais de um milhão na Colômbia — diz Bernardo Laferté, coordenador-geral do Comitê Nacional para Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça que analisa as solicitações de refúgio no Brasil.
O relatório do Acnur indica que, em 2018, os venezuelanos foram o grupo com maior número de solicitações de refúgio no mundo : responderam por 341.800 novos pedidos no ano passado. No estudo do ano anterior, estavam em quarto lugar, com 111.600 novos processos — afegãos, sírios e iraquianos apareciam à frente.
Atualmente, segundo o estudo, mais de cinco mil pessoas deixam a Venezuela diariamente. Os destinos mais buscados são Colômbia, Equador, Peru, Chile e Brasil . Até o final de 2018, mais de três milhões de venezuelanos deixaram suas casas rumo a outros países do continente e do Caribe. O número pode bater os cinco milhões até o fim deste ano, no maior êxodo na história recente da América Latina e em uma das mais sérias crises hoje no mundo.
Por: Elisa Martins
Fonte: O Globo Mundo
0 comentários:
Postar um comentário