Um aplicativo para combater o assédio sexualA vítima pode fazer a denúncia, em tempo real, mobilizar outras pessoas que possuem a mesma ferramenta para denunciar o suspeito
Foto: Internet |
Cinco estudantes pernambucanos criaram um aplicativo capaz de mapear casos de assédio sexual contra mulheres dentro dos ônibus. A ideia é simples e eficaz. A vítima pode fazer a denúncia, em tempo real, no aplicativo baixado no próprio celular, e mobilizar outras pessoas que possuem a mesma ferramenta para denunciar o suspeito. As informações sobre linha, horário, trecho e até imagem dos suspeitos também podem ser repassadas por testemunhas. O raciocínio é o seguinte: quanto mais pessoas alertarem a polícia, mais rápida será a ação de repressão e consequentemente as chances de evitar a prática criminosa. O invento tem grandes chances de ser adotado na capital, através da Secretaria da Mulher do Recife.
A ferramenta, inclusive, pode servir como base de dados para um posterior mapeamento de onde mais acontecem os abusos. O material pode ser transformado em uma arma poderosa para o trabalho policial e inspirador de políticas públicas.
Os criadores do invento afirmam que trata-se de uma forma de expressão de “sororidade tecnológica”, termo que remete à união entre as mulheres. Chamado de Eva, em alusão ao personagem bíblico, o aplicativo conquistou o primeiro lugar na última edição do Hackacity, em maio, no bairro de Santo Amaro, no Recife. Trata-se de uma competição internacional, realizada pela primeira vez no Brasil. Durante o evento, os estudantes foram desafiados a criar, em 24 horas, um aplicativo que envolvesse dados do Recife. Para isso, a prefeitura e o Consórcio Grande Recife disponibilizaram informações para uso dos competidores. O grupo utilizou dados do Consórcio Grande Recife para ajudar a desenvolver o aplicativo.
A equipe vencedora é formada por Douglas Santos da Silva, 20 anos, aluno de engenharia da computação do Centro de Informática (Cin) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Simony Moura, 23, estudante de Design Gráfico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB); além de Wagner Palácio, 22, Edvan Soares, 27, e Jorge Delgado, 22, os três últimos estudantes de sistemas de informação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
O aplicativo ainda é um protótipo, em fase de desenvolvimento. Mas caso a Secretaria da Mulher ponha a ferramenta em prática, as mulheres da capital poderão contar com uma arma potente. Porque diante do abuso, silenciar pode ser a opção mais perigosa.
Por: Diário de Pernambuco
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