Por Paulo Monteiro Júnior

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Conhecendo o Arquivo Público de Pernambuco, importante fonte de pesquisa da nossa história.


Localizado praticamente às margens do Rio Capibaribe, o prédio do Arquivo Público e, sobretudo, os jornais nele guardados, são vitimados pela umidade. “Papel é fibra, e sendo assim, absorve umidade, ainda mais em uma cidade como o Recife. Ele suga e expande e, com o calor, seca e contrai. Isso faz com que o papel fique rachado e dificulta a conservação”, aponta Kleber Kyrillos, chefe da hemeroteca.
A consequência do processo provocada pela umidade é justamente a elevação do risco de desgaste e a facilitação dos rasgões. Por isso, o processo de limpeza exige cuidados redobrados. Um trabalho que exige paciência, realizado folha por folha em uma mesa de higienização que “suga” a sujeira retirada dos periódicos. “Quando o material não está tão desgastado, terminamos de limpar um ano (de publicações) em três ou quatro dias”, relata Kyrillos, que acredita ser, entre seis meses e um ano, o intervalo ideal entre cada limpeza de páginas.
No caso dos papéis mais desgastados, até a limpeza pode acarretar o “desmanche” das folhas. Quando isso ocorre, é preciso restaurar o material. O processo é feito utilizando apenas água, cola em pó e papel japonês (cuja a folha custa cerca de R$ 20). “Utilizamos a cola em pó porque ela é solúvel em água. Não podemos arriscar utilizar nada que seja definitivo para não inviabilizar a restauração”, conta Kyrillos.
Se os jornais são rasgados nas mãos cuidadosas de funcionários do Arquivo, imagine nas mãos, nem sempre zelosas dos pesquisadores. “Já me deparei com uma pesquisadora fazendo palavras cruzadas, de caneta, em um jornal do século XIX”, relembra o chefe da hemeroteca. Além disso, fotos cortadas em série e até pessoas em pé sobre os exemplares “para tirar uma foto melhor” estão entre os “equívocos” cometidos.
Todos os cuidados visam manter a enorme quantidade de exemplares, sinônimo de riqueza histórica para pesquisadores e curiosos do estado, em condições de serem visitadas.
“É uma coleção notável e especial. Sem dúvidas, não há trabalho de história feito em Pernambuco que seja realizado sem que o acervo do Arquivo Público seja fonte de pesquisa”, aponta Evaldo Costa.
Estruturalmente, o Arquivo necessita de reparos. O reparo do elevador e a reforma da fachada devem ser realizados ainda no primeiro semestre de 2016, de acordo com o gestor. Além disso, um processo de descarte, baseado em critérios de territorialidade e estado de conservação, tem sido realizado para tornar o armazenamento dos jornais mais funcional.
Fonte: Diário de Pernambuco
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