Ministro da Saúde Ricardo Barros (PP-PR) |
BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quarta-feira, 6, que sua equipe deve apresentar em breve à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) uma proposta para criar planos de saúde mais baratos, mas com cobertura mais reduzida do que é apresentada hoje. O mecanismo, de acordo com ele, pode ajudar a ampliar o grupo usuário de planos, reduzir a demanda no Sistema Único de Saúde (SUS) e, consequentemente, os recursos necessários para o sistema público. "Isso geraria mais conforto para população, que quer um plano de saúde e não pode arcar com os custos", disse.
Questionado se a medida não seria criticada por sanitaristas, que defendem uma melhora no sistema público em vez de um incentivo para que população migre para saúde suplementar, ele rebateu. "Estou ministro da Saúde, não ministro do Sistema Único de Saúde. O SUS é uma boa parte do que fazemos em saúde, mas não é só", disse.
O ministro afirmou que a área de saúde suplementar tem um papel importante no sistema e atualmente é responsável pela maior parte de recursos para a área. De acordo com ele, o sistema público (União, Estados e municípios) investe no setor R$ 240 bilhões por ano, menos do que os R$ 300 bilhões investidos pelas operadoras de saúde.
A qualidade dos serviços prestados pelos planos - um dos setores mais criticados pela população por descumprimento de contrato - não é considerado um problema pelo ministro. "A adesão dos planos é voluntária, ninguém fica obrigado. Não acho que esse seja um problema que seja fundamental."
Barros afirmou que a ampliação do setor de saúde suplementar ajudaria a reduzir a pressão no sistema de saúde, sobretudo em um momento em que o País vive uma crise fiscal. "Eu trabalho com a realidade que temos no Brasil. O orçamento é finito. Não há recursos ilimitados."
O ministro participou de uma audiência no Senado na manhã desta quarta-feira. Afirmou durante seu discurso que não é o momento de se lutar por mais recursos públicos para o setor, mas tentar aplicar a verba existente de melhor forma.
Por: Estadão
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