Por Paulo Monteiro Júnior

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Universidade de Brasília é alvo de ataques de extremistas na noite da última sexta (17.06)
Foto: Mídia Ninja



Entoando cantos racistas e homofóbicos, os agressores pediam a volta da Ditadura Militar. Um estudante foi agredido com um Taser, arma de choque cuja venda é controlada. Entre os agressores estava Kelly Bolsonaro, conhecida militante da ultra direita.
O campus da Universidade de Brasília (UnB) foi palco de um ataque de extremistas da direita na noite desta sexta-feira (17). Munidos de porretes, armas de choque e bombas de efeito moral, aproximadamente 30 pessoas invadiram o Instituto Central de Ciências da universidade, conhecido como Minhocão, para agredir os estudantes e depredar o patrimônio público.
Vestidos de pretos e portando bandeiras do Brasil - alguns usando camisetas estampadas com a foto de Jair Bolsonaro e outros da seleção brasileira - levaram pânico e destruição ao campus. Entre os agressores estava Kelly Bolsonaro, conhecida militante da ultra direita que faz sucesso em páginas e grupos da internet que pregam a volta do regime militar e o extermínio da esquerda. Além de arrancarem cartazes das paredes, agrediram verbalmente e fisicamente estudantes. Um estudante foi agredido com um Teaser, arma de choque cuja venda é controlada.
Entoando cantos racistas e homofóbicos, pediam a volta da Ditadura Militar. Segundo informações coletadas pela nossa reportagem, a intenção dos extremistas era promover um quebra-quebra no Centro Acadêmico de Sociologia. Por sorte, foram impedidos pela segurança do campus, que pediu reforço da Polícia Militar para conter os agressores. Com a chegada da PM, os extremistas fugiram, sem que nenhuma prisão fosse feita.
Outro fator que chamou a atenção de quem presenciou os ataques eram as mensagens escritas nas roupas usadas pelos agressores. Frases como “Polícia Federal, Orgulho Nacional” e “100% livre de esquerdismo” puderam ser vistas. Importante citar que no Facebook existem grupos com esta denominação, o que pode indicar uma linha de investigação para saber de onde partiram as articulações que resultaram na ação desta noite.
Durante os ataques, mensagens de texto foram enviadas dos aparelhos celulares daqueles que presenciaram o atentado. “Galera tá aqui jogando bombas e ofendendo geral, xingando todos de estudantes comunistas vagabundos”, relatou uma estudante que não quis se identificar.
A ação parece ter sido premeditada e com coordenação central. Durante o dia circularam e-mails com informações sobre o ataque, remetidas à reitoria para que as devidas providências fossem tomadas. Ao que tudo indica, os alertas foram ignorados, visto que a invasão de fato aconteceu.
Fonte: oximity.com

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