Para entender o Golpe de 1964 e suas consequências na vida social brasileira
Na madrugada de 31 de março de 1964, foi deflagrado um golpe militar contra o governo democraticamente eleito do presidente João Goulart, que culminou com sua derrubada em 1º de abril, instalando a ditadura militar que perdurou até 1985.
Os apoiadores do regime que se seguiu costumam designá-lo como "Revolução de 1964" e todos os cinco presidentes militares que se sucederam desde então declararam-se seus herdeiros e continuadores. Entretanto, a historiografia recente defende que não foi apenas um golpe militar, mas também civil-militar, já que contou com apoio de amplas camadas da população civil: proprietários rurais, burguesia industrial, classes médias, setor conservador e anticomunista da Igreja católica.
O golpe estabeleceu um regime autoritário, politicamente alinhado aos Estados Unidos, e marcou o início de um período de profundas modificações na organização política do país, bem como na vida econômica e social. Além da limitação da liberdade de opinião e expressão, de imprensa e organização, a partir de 1969 tornaram-se comuns as prisões, os interrogatórios e a tortura daqueles considerados suspeitos de oposição ao regime, comunistas ou simpatizantes, sobretudo estudantes, jornalistas e professores. Centenas de opositores ao regime foram mortos ou desapareceram.
Fonte: Editora Unesp
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